a fada verde me contou um segredo
raspou os sonhos da superfície do meu cérebro
andou nas estradas da floresta em que enveredo
e mergulhou em mim, garganta a dentro
era um dia de chuva forte e céu cinzento
tão belo quanto outro dia ensolarado qualquer,
afinal ambos existem cada um como é,
escreveria algo se desta não fosse isento
não estava mais lá, o grande carvalho poderoso
fora derrubado pela tempestade dos pensamentos
apenas os juncos sobreviveram ao alagamento
por enfrentar o vento provou-se demasiado orgulhoso
sumiriam os grandes pensamentos que tenho?
largaram suspiros imaginativos para me alimentar
tornaram-me desprovido de qualquer entendimento
do qual preciso desesperadamente me alimentar
não poderia estar mais enganado sobre tudo
buscando uma saída rápida queimei toda floresta
e lá estão os juncos, são tudo o que me resta
moradores diminutos do cume do morro pontiagudo
a pequenina verde e voadora bate as suas asas,
visualização explicativa do efeito borboleta,
batalhei contra a ventania ao invés de me curvar
minha imagem ficou turva como todo o planeta
morri e nunca mais voltarei a morrer ou ser visto
ainda estão lá os juncos, olhando fixadamente para mim
permanecem inteiros e salvos por sua astúcia
mas logo perecerão por serem frutos da minha imaginação
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