17.11.08

_hoje é domingo

da janela da sala eu vejo
o andar do mundo devagar
um casal enganchado num beijo
o dia vai demorar a passar

nas ruas os rastros dos pés
dos boêmios aventureiros
o relógio ainda marca nove e dez
nem se escutam os berreiros
dos bebês deixados para trás
por mães jovens e confusas
o silêncio desconhecido no Brás
um jardineiro sem família podando as mudas
até tirei a TV da tomada
evitando o risco dela ligar
a mídia de domingo é amarga
ela ainda vai me matar

passa a brisa do vento
os passos indo e vindo
só não passa o tempo
hoje é domingo

hoje é
domingo

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