31.8.09

_ louco

Tive minhas maneiras de tentar explicar algumas coisas, até mesmo as já explicadas. O mundo pra mim é desfeito. É tela em branco, esperando para ser consagrada com o toque de um pincel de cerdas banhadas em vermelho sangue ou um verde floresta, vivo. E todas as vezes fui na contra mão, meramente por afeição. Tanta gente dizendo que quero ser, mas nem elas sabem quem são. Nem eu sei de mim, mas sei do que gosto e o que quero. Não tento ser, sou; por mais que queira que eu tente, não posso; só sou o que sou por não tentar. Talvez se olhasse mais para dentro de si, eu seria normal - ou, então, mais louco ainda. Não me interessa na verdade. A sua tal loucura, que é toda sua, é sanidade minha. E pra que há mais de se tentar mudar a constante mutável? Gosta de ser uma pedra, que tenha gosto de tal, mas eu sou surpresa e tenho gosto de tal. Sou feliz por ser o seu louco e é como eu vim a nascer. Os loucos são outros que são os mesmos, enrolados na própria monotonia da mesmice de suas supostas vidas completas. Louco é, louco sou. E por mais louco que isso possa parecer, o azar, sem dúvida alguma, é só seu. Viva sua normalidade como puder.

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