Leituras não terminadas criam aquela falsa noção daquilo que conversamos com tanto gosto. Seja na mesa de um bar, no almoço com o pessoal do trabalho ou com algum(a) companheiro. Se conhecimento é poder e poder não é algo divisível, - de maneira hipotética - então não existe meio-poder - ou meio-conhecimento.
Agora, não é pelo uso da força que fazemos as outras pessoas - e, principalmente, a nós mesmos - perceberem e repararem os 'erros' - entre aspas, pois errar é uma forma muito dúbia de se julgar algo ou alguém - dele ou dela. Mas mesmo com leituras não terminadas, somos seres humanos, daqueles bem terrestres, cheios de vontade e desejos. Temos ânsia pelo depois, pelo por vir e, por ventura, do que nunca virá. A sede por conhecimento persiste em secar a nossa boca cerebral.
Se um dia a semente da meia-leitura foi plantada em alguém, deveríamos aplaudir com entusiasmo e lágrimas - sorridentes - aos olhos. A diferença entre o canalha - governo - e o poeta - apaixonados - é que um se doa, enquanto o outro se dá, respectivamente. Então dê um livro para quem você é apaixonado por, ou de quem é apoetador.
Cavalo dado não se olha os dentes! E o incentivo a leitura não perde ao ser dada, pelo contrário: tudo que se dá de bom - bom de bom e de bem intencionado - a alguém, retorna a você com a forma de satisfação inexplicável. E é dando um presente - lindo! - que a semente da meia-leitura é plantada. Não é uma leitura inteira, mas é um começo.
Nada de forçar a barra com pessoas que não querem iniciar a jornada meio-interessante ou com aqueles que não pretendem evoluir para a jornada completa - sem hífen, pois já é completa por si só. Foi presenteando que a semente foi meio-plantada. Acham que a semente do resto da leitura poderia ser plantada na base da pancadaria? Fácil demais pra ser verdade.
Com um gesto amoroso (e bondoso) alcançamos o impossível! Deveríamos largar o possível de lado e deixá-lo para os que o adoram - pois ciência e nem mesmo a religião (supondo que esta tenha algo a ver com o real possível, o que na verdade não tem) ainda não explicam o que é 'amor' (ainda bem), porque ele é impossível de se explicar. Mas eu estou falando de amor real, de verdade - mesmo! Nada de amour importado ou love cansativo e gasto! É amor! Daqueles que se iniciam revoluções e ações sociais, vontades e soluções; milhares de grandiosos etc's.
Me chamam de louco pelas idéias que nem eu sei muito bem como pensar. Sei lá, talvez eu seja louco - varrido e orgulhoso. Afinal, amor de louco é assim, sem sentido... Mas só pra quem não é louco! Mas quem é louco, afinal? Quem tem sentido ou quem tem sentimento? Não sei.
Enfim, se quer saber - ter noção - do que está falando realmente, pratique a leitura. Nada de meia: a completa!
27.5.09
24.5.09
_ Filosofário: 'padrasto'
Nome pessoal ou adjetivo - profissão, talvez. Tudo depende da perspectiva de cada afilhado e as conseqüências dos atos dos dois. Dizem que deus é pai e não padrasto, e isto deve falar por si só. Assim como a provável - sim, provável - inexistência de um ser divino e superior, a figura paterna no mundo moderno é figurativamente, ou praticamente, nula. Sem pais, temos padrastos - orfandade nem sempre é um mal. Mas padrastos são como monstros: só assustam, se não existem ou, se existem, machucam. 'Padr' não se assemelha a 'pai', mas a 'padre'. Quais foram as últimas notícias positivas que você teve relacionando um padre e uma criança?
22.5.09
_ tirando água de pedra
tirar água de pedra,
de forma generalizada,
é, deveras, uma loucura
(permanente seja o óbvio)
porém existe o individuo
(glorificado seja o inevidente)
que, deveras, é tido como louco
e ele, por si só, resolve babar
água molenga e úmida
pedra durona e seca
tanto se atracam, meu deus
que tornam-se uma só
onde há líquido no sólido
e no sólido há líquido
quebram-se os paradigmas
e sobra só a alma
erro seria forçar algo
pois o estranho se acha normal
e acusa o normal de insanidade
pare, antes que...
_________ 'BUM!'
de forma generalizada,
é, deveras, uma loucura
(permanente seja o óbvio)
porém existe o individuo
(glorificado seja o inevidente)
que, deveras, é tido como louco
e ele, por si só, resolve babar
água molenga e úmida
pedra durona e seca
tanto se atracam, meu deus
que tornam-se uma só
onde há líquido no sólido
e no sólido há líquido
quebram-se os paradigmas
e sobra só a alma
erro seria forçar algo
pois o estranho se acha normal
e acusa o normal de insanidade
pare, antes que...
_________ 'BUM!'
21.5.09
_ não tente a tentação
tantas vezes eu tentei
nunca durou o meu tentar
mas teimei na tentação
e tentei mais uma vez
_______________tentado a não ver
_______________resolvi ser um cego
_______________da cegueira nada veio
_______________a não ser outra tentativa
larguei a venda de novo
arregalei os olhos
revoltei-me com o habitual
desisti de tentar
_______________todavia o mundo o é
_______________e tentado fui mais uma vez
_______________com a venda em mãos
_______________receguei-me - sou recego
tentei
_____tentei
__________tentei
_______________tentei
_______________tentei
_______________nada alcancei
_______________mas nada busquei
_______________porém, ainda tentei
mas gritei muito alto
para que os olhos não ouvissem
e abri a minha mente
para não tentar novamente
nunca durou o meu tentar
mas teimei na tentação
e tentei mais uma vez
_______________tentado a não ver
_______________resolvi ser um cego
_______________da cegueira nada veio
_______________a não ser outra tentativa
larguei a venda de novo
arregalei os olhos
revoltei-me com o habitual
desisti de tentar
_______________todavia o mundo o é
_______________e tentado fui mais uma vez
_______________com a venda em mãos
_______________receguei-me - sou recego
tentei
_____tentei
__________tentei
_______________tentei
_______________tentei
_______________nada alcancei
_______________mas nada busquei
_______________porém, ainda tentei
mas gritei muito alto
para que os olhos não ouvissem
e abri a minha mente
para não tentar novamente
20.5.09
_ Filosofário: 'poder'
Poder é a forma mais abstrata, porém efetiva, de se corromper um homem. Dê ao homem o poder e o poder se apoderará dele. Já foi dito milhares de vezes que ninguém gosta de perder. Pois é pela suposta proteção e pretensão à vitória que o poder oferece, que o mesmo se tornou um objeto - abstrato, como disse - tão cobiçado. O poder deve ser combatido quando mal usado, pois grande poder vem com grandes responsabilidades - e os poderosos são irresponsáveis de maneira tendenciosa. 'Ás vezes, quem retém o poder, pode coisa alguma'.
19.5.09
_ somos nós (e os nossos nós)
somos nós os pássaros
pássaros desalmados
desarmados de almas
voando acima de deus
somos nós os homens
homens inescrupulosos
sedentos por vingança
agindo contra o sistema
somos nós as mulheres
mulheres mal amadas
redistribuidoras da verdade
agredindo o preconceito
somos nós as crianças
crianças revoltadas
inspiradas por amor
sonhando com o amanhã
somos nós os revolucionários
revolucionários capturados
infectando as mãos alheias
que tentam desfazer nossos nós
que somos nós...
pássaros desalmados
desarmados de almas
voando acima de deus
somos nós os homens
homens inescrupulosos
sedentos por vingança
agindo contra o sistema
somos nós as mulheres
mulheres mal amadas
redistribuidoras da verdade
agredindo o preconceito
somos nós as crianças
crianças revoltadas
inspiradas por amor
sonhando com o amanhã
somos nós os revolucionários
revolucionários capturados
infectando as mãos alheias
que tentam desfazer nossos nós
que somos nós...
18.5.09
_ Sou Teiro
Isso tudo é saudade?
daquela que só é sal
temperada com a idade:
'salgosa' saudade
Não, isso é tudo vontade!
como sair correndo da festa
- que de azeda não é só o limão -
que já vamos tarde
E a vontade de ter saudade?
vamos tarde ao sal da idade...
mas quem quer envelhecer tão logo?
apressar um sentimento inexistente
Me diz, Socorro, a resposta!
tá aí toda afobada querendo casar
e pra que raios isso agora?
Só corro!
daquela que só é sal
temperada com a idade:
'salgosa' saudade
Não, isso é tudo vontade!
como sair correndo da festa
- que de azeda não é só o limão -
que já vamos tarde
E a vontade de ter saudade?
vamos tarde ao sal da idade...
mas quem quer envelhecer tão logo?
apressar um sentimento inexistente
Me diz, Socorro, a resposta!
tá aí toda afobada querendo casar
e pra que raios isso agora?
Só corro!
17.5.09
_ resolução (revolução + solução)
A sociedade falhou em me tolerar
E eu falhei em tolerar a sociedade
Num mundo onde sobriedade é alienação
A vitória tem o nome de revolução
O povo se mantém cego por opção
Perpetuando o desejo da adoração
Depositando suas esperanças gananciosas
No que se tornou a noção de moralidade
A utopia nunca virá a se realizar
Pois a deficiência vem do coração
Minha confusão tornou-se ódio
A solução só pode ser a revolução
Não questionem a razão dessa revolta
Abram os olhos e enxerguem a sua volta
Um homem é tão impotente quanto parece
Mas unidos podemos fazer história
As lágrimas do mundo não param de cair
Mas tomaremos o poder em nossas mãos
Se algum dia nos lembrarmos que
A essência da revolta é a compaixão
Nada muda se o cego guia o cego
E não depositemos fé em homens do clero
Desafiem a elite, corrompam o sistema
'Pois a verdade vos libertará'
E eu falhei em tolerar a sociedade
Num mundo onde sobriedade é alienação
A vitória tem o nome de revolução
O povo se mantém cego por opção
Perpetuando o desejo da adoração
Depositando suas esperanças gananciosas
No que se tornou a noção de moralidade
A utopia nunca virá a se realizar
Pois a deficiência vem do coração
Minha confusão tornou-se ódio
A solução só pode ser a revolução
Não questionem a razão dessa revolta
Abram os olhos e enxerguem a sua volta
Um homem é tão impotente quanto parece
Mas unidos podemos fazer história
As lágrimas do mundo não param de cair
Mas tomaremos o poder em nossas mãos
Se algum dia nos lembrarmos que
A essência da revolta é a compaixão
Nada muda se o cego guia o cego
E não depositemos fé em homens do clero
Desafiem a elite, corrompam o sistema
'Pois a verdade vos libertará'
12.5.09
_ pensando
por onde estou andando
já passei por essa estrada
lembro-me da enrascada
eu continuo me enganando
afinal, no que estou pensando
resolvi mudar, mas repito o erro
é errado, mas ainda estou errando
sigo em rumo ao meu enterro
promessas não cumpridas
atitudes que nunca praticou
vivendo essas vidas corridas
num abraço me matou
mas eu sei que sou o errado
simplesmente não me encaixo
num programa gravado e enlatado
reprise d'um processo rebaixado
escravo duma vida em que fui rei
me perdi e só eu entendo
mas eu sei o que estou fazendo
eu estou fazendo o que eu sei
(ou não?)
já passei por essa estrada
lembro-me da enrascada
eu continuo me enganando
afinal, no que estou pensando
resolvi mudar, mas repito o erro
é errado, mas ainda estou errando
sigo em rumo ao meu enterro
promessas não cumpridas
atitudes que nunca praticou
vivendo essas vidas corridas
num abraço me matou
mas eu sei que sou o errado
simplesmente não me encaixo
num programa gravado e enlatado
reprise d'um processo rebaixado
escravo duma vida em que fui rei
me perdi e só eu entendo
mas eu sei o que estou fazendo
eu estou fazendo o que eu sei
(ou não?)
6.5.09
_ Filosofário: 'errar'
Errar é algo muito dúbio e, deveras, contraditório. Afinal quem poderia errar de verdade? Sendo que somos nós e a sociedade que julgamos e subjugamos os outros por fazerem o oposto do que achamos ser certo (ou que, supostamente, faríamos).
2.5.09
_escrever é viver o auto-realismo
Entrar numa fantasia
Superar obstáculos
Calcular sem cálculos
Reinventar o mundo
Estripar páginas brancas
Viajar sem saber se volta
Encaminhar sem enxergar
Reescrever a própria vida
É isso...
Você não entende bem
Inteligência não se aplica
Vivência não vivida
E sempre querendo
Repetir
Ou será que não?
Agrupar ilusões
Utopias reais demais
Trancafiá-las não podemos
Ou não deveríamos
Realizar proezas
Entoar cânticos de silêncio
Abstrair as barreiras
Largar as convicções
Impor belezas únicas
Somente você as enxerga
Mas as apresenta com
Orgulho
Superar obstáculos
Calcular sem cálculos
Reinventar o mundo
Estripar páginas brancas
Viajar sem saber se volta
Encaminhar sem enxergar
Reescrever a própria vida
É isso...
Você não entende bem
Inteligência não se aplica
Vivência não vivida
E sempre querendo
Repetir
Ou será que não?
Agrupar ilusões
Utopias reais demais
Trancafiá-las não podemos
Ou não deveríamos
Realizar proezas
Entoar cânticos de silêncio
Abstrair as barreiras
Largar as convicções
Impor belezas únicas
Somente você as enxerga
Mas as apresenta com
Orgulho
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