tag:blogger.com,1999:blog-74123416786024441882024-03-13T10:36:35.055-07:00O silêncio do dizerGustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.comBlogger221125tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-76461445088804734032010-11-25T05:12:00.000-08:002010-11-25T05:13:01.233-08:00'gostosa', sim!<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; color: rgb(51, 51, 51); ">e porquê não haveria de ser?<br />de tantas que são as belezas do mundo<br />não posso me referir a esta?<br />ah, não me venha com auto-depredações!<br />mesmo que a beleza esteja nos olhos de quem vê,<br />algumas são ocularmente unânimes.<br />e mesmo que isso possa parecer forçado,<br />um pequeno quadro para 'retroceder',<br />é uma afirmação inquestionável<br />do que penso<br />de você.</span>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-91142446452467911102010-10-01T10:12:00.000-07:002010-10-01T10:13:22.902-07:00Ansioso para almoçar merda.<!--StartFragment--> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 36pt; ">O nível do ridículo é imenso e a merda já havia sido jogava no ventilador a anos, mas, por algum motivo, ela só chegou a altura da boca agora. Pelo menos é a única explicação para o cheiro e o gosto horrível que estou sentindo. Devem faltar poucos instantes para a reunião e ninguém sabe muito bem do que se trata. Como todos estão acostumados, provavelmente serão péssimas notícias dadas a nós com um sorriso amarelo insuportavelmente falso e mentalmente degradante. Todos que já trabalharam em qualquer empresa sabe como é, você é chamado pela secretária da secretária do seu chefe, para uma reunião e, como todas as coisas que o chefe faz, ou melhor, quando resolve fazer algo, é urgente. Seu almoço, suas férias, sua remuneração, nada disso é tão importante quanto ouvir uma pessoa com mais dinheiro que você usurpando o seu tempo e a sua alma com aquele ar de superioridade que diz: ”estou ajudando você”. Ninguém pode ajudar outrem dando-lhe ainda mais coisas para pensar. Se algum chefe já pensou em você alguma vez na vida, tenha medo, pois será demitido. Essa é a realidade do universo capitalista em que estamos tão profundamente metidos que não entendemos, ou, muitas vezes, nem aceitamos idéias diferentes que possam vir a nos ajudar de maneiras diversas. Quem disse que aqueles que retém poder, merecem este poder? Tudo é uma questão de preguiça e medo, preparados com o auxílio de uma receita muito antiga e até hoje muito apreciada por todos da classe media alta e além. Mas o mais degradante nisso tudo são as pessoas que se alimentam dessa panela de ouro como se a desejassem, como se dissessem: “um dia estarei no topo e, então, serei mil vezes pior com os outros do que o foram comigo”. Qual a necessidade de ser mais que alguém? Ter mais dinheiro? E, se for essa a resposta, meramente infeliz na minha opinião, porque a necessidade mórbida de se ter tanto, ainda mais sabendo que a concentração de renda gera pobreza e desgraça alheia? As pessoas tendem a se preocupar apenas com o próprio nariz, ás vezes, em momentos de altruísmo heróico, podem até ajudar os familiares mais próximos, mas isso é tudo. Provavelmente, ninguém nesse escritório, alem de mim, já se perguntou até onde podemos chegar sendo usurpados de nós mesmos dessa maneira? Não que o mundo da mídia artística seja um mar de rosas, mas mesmo que fosse um mar de lixo, aqui seria o oceano mais vasto e profundo, sem dúvida alguma. Talvez a melhor maneira de explicar o fenômeno que nos ronda neste projeto de senzala é a de um nadador que mergulha na nascente do rio Tietê e acabe chegando as margens do mesmo, porém em São Paulo. Aquela ilusão preciosa de ter entrado em um caminho do qual nunca se arrependerá, uma vida completa e digna agora que encontramo-nos no lugar certo. Infelizmente nada disso é real. Somos ralé, pequenos trabalhadores sendo oprimidos por alguém que por possuir mais, materialmente, manda em nós como se nos possuísse. Esqueçamos os discursos cheios de esperanças e religiosidade, afinal se deus é justo, ele não está entre nós.</p> <!--EndFragment-->Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-80063367243120933102010-06-27T21:32:00.000-07:002010-06-27T21:36:06.948-07:00_ sem cobertor<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="white-space: pre;"><span class="Apple-style-span" style="color:#FFFFFF;">____</span></span>Tanto temor sem sentido deve ter um motivo para existir. O calafrio na barriga, o nervosismo que faz com que o tempo não passe e a sensação de estar sendo enganado, mesmo sem ter nada que indique isso. A insegurança é tamanha, mas as razões ainda estão encobertas por algum tecido de refinaria tão fina que nem posso me aproximar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); white-space: pre; ">____</span>Todas as luzes da casa ficam acesas nesse momento. A televisão, o computador, os abajures e – mesmo que sem razão, afinal é inverno – o ventilador. Tudo fica ligado. Já eu, fico ligado também, mas no telefone, ou no celular, com o bote preparada para quando qualquer um deles tocar. Pena de mim que sei a hora que você vai ligar, sei onde você está e com quem está, mas mesmo assim os sentimentos são irredutíveis. De alguma forma, sem contrariar a minha contradição, eu tenho plena confiança em tudo que me diz. E não poderia ser diferente. Toda insegurança é toda minha.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); white-space: pre; ">____</span>Tenho certeza de que está bem e que está se divertindo. Quem sabe eu tenho ciume do seu sorriso. Não. Seria uma injustiça muito grande, minha insegurança não tem pacto com o seu sofrer. Sei que por vezes o ato de não ter certeza interfere completamente na razão de nossa coexistência e na irracionalidade do nosso amor. Mas como este não é o intuito da minha deficiência psicológica, não ache que é essa a única consequência do meu jeito de ser. E já que eu trouxe o ciúme para compartilhar este espaço, resta-me questionar se a minha insegurança anda com ele de dúvidas dadas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); white-space: pre; ">____</span>Tudo é tão complicado. Um amor encobertado. Sem segredos, seguindo a minha contradição. Então, se há confiança e há carinho, não haveria motivo para tal falta de um portuário seguro na minha consciência. Talvez se eu arrancar sem medo essa tal coberta de alfaiataria tão rara, eu venha a descobrir e entender esse nervosismo que eu passo toda vez que você não está ao meu lado. Mas e depois?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); white-space: pre; ">____</span>Tendo descoberto todos os segredos, logicamente, o nervosismo vai embora e lavará consigo tantos momentos de penúria sem motivos. Nunca mais sofreria por não saber. Saberia todos seus passos, todas suas vontades, todos os seus desejos. Tudo. Descoberto. Amostra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); white-space: pre; ">____</span>Tão insensato seria se eu o fizesse de fato.</div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-10778549121319448272010-06-25T13:22:00.000-07:002010-06-27T21:35:40.876-07:00_ espelho desempregado<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); white-space: pre; ">____</span>Não agüento mais essa minha vida sem sentido. Já não tenho cara e ainda tenho que lidar com a questão de que ninguém nunca me viu realmente. Como pode? Eu estou sempre aqui, no mesmo lugar, parado e aguardando que me dêem atenção. Mas as pessoas são terríveis demais, olham para mim para enxergarem os defeitos ou as virtudes delas mesmas. Será que eu não tenho direito a uma vida mais digna? É tão descabido que chega a ser um descalabro!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); white-space: pre; ">____</span>Se bem que esse é um pensamento ultrapassado. Já revi alguns conceitos e tentei entender as pessoas como são. Afinal, o tanto que eu reclamo delas, elas devem reclamar de mim – muitas vezes bem na minha frente. A verdade é que quando resolvi me acostumar com essa mania egocêntrica das pessoas, elas me respondem com uma nova atitude. De primeira achei que seria uma oportunidade para ser apreciado como me é merecido, afinal passei tantos anos no mesmo posto, sendo lembrado apenas quando as pessoas se lembravam delas mesmas. “É minha chance”, eu pensava, mas no fundo eu sabia que estava me enganando – nada vem tão fácil. E foi assim que, sem dizer uma palavra, o mundo todo virou as costas para mim. Fui demitido. Claro, vocês devem pensar: “Ah, mas é só um espelho! Quem o demitiu?”, mas foram vocês que me mandaram embora. Vocês e todos os outros deixaram de buscar imperfeições em vocês mesmos. O que, a princípio, parecia bom.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">____</span></span>Sem mais vontade (ou seria coragem?) de encarar a si mesmos de frente, o que fariam comigo? Até hoje não sei bem o que vocês pensam de mim, mas uma coisa se tornou clara: o motivo para tal atitude impensada e insensata só podia ser o que mais tarde se tornou imensamente claro para mim. Suas vidas não lhe eram mais interessantes. Estavam se interessando muito mais na vida dos outros e por isso não queriam mais olhar para mim – ou melhor, para vocês mesmos. Ah, mas como eu fiquei nervoso. Cheguei a tentar me quebrar contra o chão, porém isso só me traria ainda mais azar. Então permaneci com a incapacidade de entender seus feitos e me acalmei. A dúvida não saía da lembrança e insistia em me atormentar quando qualquer um de vocês parava a minha frente, sem perceber, e murmuravam palavras de ódio, inveja, e rancor contra pessoas que nem estavam ouvindo para poder se explicar; tentar amenizar a situação com um pedido de desculpas, ou simplesmente resolver tudo no tapa de uma vez. Se bem que, se fosse diferente não faria sentido mesmo. A natureza de vocês não permite que sejam sinceros muito menos verdadeiros. De tantos anos que fiquei aqui encostado na parede, captei cada nuance, cada maneirismo de todo ser que passava por mim. Como eu disse para mim mesmo uma vez, “vocês são todos iguais por fora” – e agora também o eram por dentro – e mesmo assim insistem em apontar as falhas e os erros uns dos outros. Talvez se me readmitissem tudo voltaria ao normal. É só uma dica.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); white-space: pre; ">____</span>É provável que eu esteja perdendo o meu tempo ao falar sobre isso. Afinal ainda sou apenas um espelho. Mas mesmo sendo apenas o que sou – e aceitando isso de bom agrado – evoluí centenas de vezes mais que vocês. Parado aqui, em silêncio e observando o movimento. Cresci. Logicamente não o posso fazer fisicamente, pois nesses atributos, confesso, vocês são superiores. Mas sei que o meu desenvolvimento interno foi maior que o de vocês. Fiz isso sem precisar nem mover um só músculo – ou lasca. Seja como for, nem deveria ter começado com isso de novo. Mas o que eu posso fazer? Mesmo desempregado, tudo que eu sei fazer é refletir.</div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-35223215951356313192010-06-14T08:30:00.000-07:002010-06-14T08:31:00.773-07:00_ O amor morreu e ninguém se deu conta<div style="text-align: justify;">Alguns acreditam em sua existência como divindade maior e geradora de nossas vidas, outros imaginam que não passa de um sentimento inventado por burgueses - pois seriam os únicos com tempo e dinheiro para resistir a um casamento, por exemplo. Mas o mais interessante é que independente dos prós e contras, todos querem obter um amor, ou o amor. Infelizmente, o que venho relatar é que o amor morreu faz muito tempo e ninguém deu conta da sua ausência até então. Como eu sei disso? Da mesma maneira que uma mentira é contada várias vezes para se tornar uma verdade, a verdade proferida excessivamente acaba virando uma mentira. E hoje, mais que nunca, dizer que ama alguém se tornou um cumprimento e não mais uma demonstração de carinho e afeto diferentemente maior que o comum. Amigos se amam, amantes se amam; até mesmo inimigos se amam. Não que amar seja ruim, mas tudo em excesso tem seus efeitos colaterais. Todos estão falando, mas ninguém está amando. Nossa desesperada busca pelo calor incomensurável que trás consigo o amor, fez com que nós o sufocássemos até a sua morte. Matamos o amor pelo amor ao amor, afinal nada é mais obcecado e eticamente incorreto que o amor. Essas crianças sem pretensão a mudanças bruscas, sem vontades revolucionárias nunca amarão. O amor é para os loucos, para os desesperados e radicais. O amor livre já não é amor na sua essência, pois o amor é uma prisão da qual possuímos a chave. Esse amor libertário (ou libertino?) definha e maltrata o coração verdadeiramente apaixonado, pois não completa, não aquece, não aprisiona. Porém é por essa falta de amor verdadeiro em sua mistura que o "amor livre" conseguiu tornar-se hoje tão brando em tantas camadas sociais e tribos diferentes; e graças a isso ninguém se deu conta de que o amor morreu ao invés de ter ressuscitado de forma abrangente e sem recriminações - o que é absurdo, pois nada é mais discriminador e preconceituoso do que o conceito do amor verdadeiro. O amor é um ditador que diz quem devemos amar, como devemos agir, quem devemos ser. E não adianta acreditar na ranzinzes ou na arrogância para escapar da ditadura do amor, pois os maiores "durões" da história não passavam de garotos e garotas afogados em amor por seus ideais, idéias ou cônjuges. Vinícius mesmo, com sua famosa "Que não seja imortal, posto que é chama", afogou-se inúmeras vezes no mar do amor, pois era uma chama que ardia muito mais forte que seus próprios pensamentos e vontades - casado quase dez vezes. O amor é casca grossa e não dá mole pra ninguém. Faz-nos amar o impossível, nos faz desejar o inalcançável e nos abandona com a depressiva solidão. Talvez o amor tenha morrido, pois era muito rígido. Mas a verdade é que sentimos falta dessa pressão, seja mínima ou abusiva; desse frio na barriga, dessa falta de saliva, do suor nas palmas das mãos e da palpitação exacerbada do coração que nos gagueja a fala. E por mais que seja difícil para alguns entender a prisão enriquecedora que é o amor, essa é a verdade e sua busca infindável: reviver o amor que um dia você matou.</div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-61839201280229104912010-05-31T14:22:00.000-07:002010-05-31T14:23:52.317-07:00_ Eu nunca vou ser o queridinho da mamãe<div><span class="Apple-style-span" style="color:#FFFFFF;">___</span>Eu nunca vou ser o queridinho da mamãe, e nem sempre é por caminhar no sentido oposto. A questão é muito mais complexa do que só uma opção de vida na adolescência. Eu nunca vou ser o filho preferido de fato consumido por uma única razão: sempre querem o cacho. Exatamente, ninguém se satisfaz com bananas. Independente de quão cheios e incapazes de ingerir qualquer espécie de alimento, as pessoas querem cachos inteiros. Não sou, nem nunca serei, do tipo capitalista que não quer dividir as bananas do meu cacho com os outros, mas até aí entregar todo o meu cacho nas mãos descuidosas de outra pessoa é insanidade. Primeiro que aqueles que exigem o seu cacho, nem pensam em sequer emprestar uma de suas bananas a você. Claro que não. São aqueles que exigem exacerbadamente de atitudes quase divinas de você quem nunca pensarão em estar no seu lugar, afinal a verdade é que eles temem ser um dia o centro dos requerimentos alheios. Enfim, eu nunca quis ser o queridinho da minha mãe, mas também nunca achei que negar mimos diários e sem fim fossem me levar a total negação de qualquer aprovação positiva durante toda a minha vida. Quantas vezes eu deixei de lado minhas convicções e meus ideais para tentar alegrar aquele rosto choroso e entristecido de minha mãe? Porém, quantas vezes eu recebi o mínimo de agradecimento por tais atos, que, a meu ver, são verdadeiros milagres pessoais? A verdade é que minha mãe nunca entendeu o ato de "dar algo". Dar, como a palavra mesma diz, é entregar algo à alguém sem que se espere por algo em troca. Pois bem, partindo desse princípio, eu dei muita coisa para minha mãe, mas ela só me emprestou tudo aquilo que eu achei que ela havia me dado. Cada presente, cada regalo, tudo que me era "dado" não passava do prenúncio de algo horrível que estava por vir. Claro que, para ser justo, devo dizer que pouquíssimas foram as vezes que ela me confrontou fisicamente, e mesmo quando o foram, acho que no fundo ela nem imaginou que conseguiria me ferir de verdade - aliás, é um fato que ela pronuncia com muito orgulho: "nunca relei um dedo em você". Mas todos nós, pessoas com o mínimo de capacidade mental, sabemos que os danos maiores são os psicológicos, pois para esse ainda não inventaram o mertiolate e o bandaid. Eu não quero ficar me bajulando com todos meus traumas e inaptidões ocasionadas pela falta de senso maternal, mas é quase inevitável falar deles quando falo de mim. Como dizia, toda essa filosofia do dar e emprestar me levam aos problemas que persistem até hoje na minha relação com esta senhora de tanto gracejo para outros e de tão pouca aptidão para mim. A exigência do mais.</div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>É fato que somos seres humanos e por isso cometemos erros e somos limitados em vários aspectos, cada um em sua própria falha; mas como pode minha mãe achar que apenas ela carrega a cruz da inadequação? Simples, a exigência do mais. Talvez fique mais claro se eu explicar desta maneira rápida e simples: quando você estava na sexta série do ensino fundamental e tirava nove ou oito em alguma prova de matemática, qual era a inescrupulosa resposta que recebia logo que mostrava o boletim a sua mãe? Você poderia ter feito melhor. Como isso me deixa amargurado! Fazer melhor? Faça você a prova para mim então, afinal eu alcancei meus objetivos e estou feliz com isso. Mas aí é que está, ninguém fica feliz quando alguém alcança suas próprias metas, as pessoas só sabem sorrir quando alguém alcança metas que elas mesmas colocaram na vida alheia. Tudo que minha mãe sabe pedir é mais, mais e mais - de mim é claro, pois dos outros ela tem pena. E é essa exigência do mais que faz toda a relação um verdadeiro inferno! Nunca imaginei que aos meus vinte e poucos anos estaria sentindo palpitações disritmadas no coração, chegando a pensar que a Dona Morte estaria ali batendo a minha porta. Não ser o queridinho da mamãe tornou-se, para mim, a grande batalha entre a vida e a morte, entre a sanidade e a loucura. Mas a verdadeira tristeza que sinto, além do fato de nunca agradar minha mãe por ser eu mesmo, é que uma pessoa que viveu tantos anos mais que eu e deveria, em teoria, reter um conhecimento milhares de vezes mais vasto que o meu, ainda se apega a pequenos preconceitos superficiais e toma decisões extremamente profundas baseada nessas mesmas teorias tão fálicas. Eu não sou o queridinho da minha mãe, pois eu exijo de mim apenas o que eu posso alcançar.</div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-47103721355338913612010-05-24T06:39:00.000-07:002010-05-24T06:44:54.068-07:00_ Virgínia<span style="color: rgb(255, 255, 255);">___</span>Virgínia é uma menina que conquista a todos no canto do seu sorriso puro e sem malícia. É a menininha de todo pai e a amiguinha de toda mãe. De cachos bem torneados e louros, que lhe caem sobre os ombros, saltando como molas para cima e para baixo, enquanto ela saltita por todos os lugares que passa. Sempre alegre e bem quista, com o seu sorriso sem malícia, essa é Virgínia, uma menina crescida para a qual a tristeza parece não existir. Quantos não querem ser Virgínia, quais não querem possuí-la? Sua pureza e os olhos arredondados e amendoados, quase que hipnóticos, nos dão motivo de sorrir em dias frios e cinzas, como o são de costume. É, Virgínia, quem diria? Uma moça assim tão alegre e bem intencionada quanto você, existe não só na imaginação dos perfeccionistas sonhadores, mas na realidade dos coitados também. Eu mesmo invejo tanto esse seu jeito de ser, de viver. Como pode estar tão feliz se o mundo desaba sobre nós? Virgínia, Virgínia... qual seu segredo afinal? Ninguém sorri tanto quanto você e mesmo que sorrisse não nos chamaria a atenção, afinal o seu sorriso é tão mais cheio de dentes. Saltita para cá, saltita para lá. Tão bem educada que chega a ser inebriante a quantidade de “obrigado” e “de nada” que saem da sua boca inocente. Ah, mas quem será você, Virgínia? Me parece tão transparente e distante da realidade cruel. Corre pelas ruas abraçando a todos, agradecendo por coisas que nem fizeram para você. É um sonho de menina. E como sonha essa Virgínia, acordada ou dormindo. A vida lhe parece tão certa que nunca irá reclamar da chuva, nem da seca. Na sua infantilidade, Virgínia entende o mundo como ninguém e por isso está sempre a sorrir, cantar e a abraçar a todos nós. Que bela é essa Virgínia; lá vem correndo e saltitando, mais uma vez, em nossa direção para nos agradar e nos abraçar. Afinal, Virgínia, porque se esconde tanto? De que tanto tem medo nessa vida que não pode reservar, a si mesma, um segundo de sofrer? É tão dura a realidade que prefere esconder o seu ódio pelas pessoas que agrada com um sorriso tão esticado que chega a deformar o seu rosto? Por que, Virgínia? Por quê? Sua santidade, sua pureza, é tão falsa quanto a calda de uma lagartixa, que ao menor sinal de perigo se solta do corpo e entra num estado epilético hipnótico, enquanto você foge para fazer crescer uma nova máscara. Virgínia a quem você quer enganar com tantos elogios sem motivos? Virgínia, Virgínia... é tão perversa que chega a me dar dó. As suas atitudes não refletem a sua verdade, talvez, para alguns, passe uma falsa realidade, mas eu a vejo de verdade, Virgínia. Medrosa, maldosa, escondida nos trejeitos de uma religiosa; essa é você Virgínia e você o sabe. Quantas vezes não cuspiu no seu reflexo no espelho? Quantas vezes não quis gritar e reclamar? Pra quê tanta falsidade assim, Virgínia? Do que tem tanto medo? Será do desprezo dos outros ou do desprezo de si mesmo? Ah, Virgínia, coitada de você, não para de saltitar e sorrir, mas a lágrima que vejo escorrer do seu rosto, hoje, faz-me rir.Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-91664478397811422522010-05-21T12:56:00.000-07:002010-05-21T12:58:13.570-07:00_ ás vezes<span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>Ás vezes devemos nos sentir felizes por quem somos. Com nossos erros, nosso orgulho infantil e até nossos preconceitos, afinal somos seres feitos a partir do erro. Somos nós, humanos, quem diferimos de todo o resto; com nossos polegares opositores, nossa consciência e a possibilidade de agir como se não a tivéssemos. Seja conformismo ou não, nós somos o que somos. E quantos outros de nós mesmo não tentaram nos subjugar por acreditar na excelência de sua existência ou do seu conhecimento real ou mítico? A luta humana pela divergência só causou ódio, revolta, tristeza e morte.<div><br /><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>Necessitamos tanto de uma identidade diversificada a de todos os outros, no âmbito psicológico e físico (ou material), que nem percebemos como já somos suficientemente diferentes. A ganância de ter mais que alguém, de ser mais que alguém, nos cegou; tirou-nos a capacidade de olhar para os nossos polegares e enxergar linhas desorientadas cravadas em nossa pele como tatuagens de identificação que não se repetem nem uma única vez no polegar de qualquer outro ser na face da Terra. E se for para exagerarmos, que entendamos que somos seres perfeitos, mas com erros. Perfeição é um termo muito mal compreendido, até mesmo no dicionário. É uma opção. Assim como a explicação de Darwin sobre a Origem das Espécies, para mim, é perfeita; para outros foi deus (qualquer que seja) com sua onisciência e onipotência quem criou tudo e todos. Ninguém vê alguém com exatamente os mesmos olhos de outro(s).</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>No mundo existem pessoas boas e ruins, mas quem pode catalogá-las corretamente? Por pior que minha escrita possa ser para você, para outros pode ser a linha de uma razão pessoal. Quantos seguiram ditadores e quantos seguiram libertários? Quantos amam e quantos odeiam? Todos queremos o melhor. Todos queremos o que acreditamos ser BOM. Assim como no conto judaico-cristão, Lúcifer ergueu sua ira contra Jeová para que ele pudesse se tornar o Todo-Poderoso. Será? Quantas vezes as multidões não precisaram erguer suas vozes contra impérios, governos corruptos, ditaduras e qualquer outra forma de controle opressor? Somos Deus, somos Lúcifer, somos humanos, somos animais, somos tudo e nada. Somos o que somos e por mais que tentemos correr de nosso destino, que nada tem a ver com crendices e misticismo, nos escondendo atrás de nossos computadores super modernos, nossos fones de mp3 players, nossos óculos da moda, estamos fadados ao mesmo fim: a morte. Assim como tudo nesta terra nasce e morre, assim será conosco. Quem quer viver para sempre? Nossa existência só é explicada a partir daqueles que convivem conosco. Somos como o som, que só pode ser perpetuado pela existência de algo além dele próprio. Simplificando, se ninguém souber da sua existência, como você pode ter existido?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color:#FFFFFF;">___</span>Então entendamos que todos lutamos pelo o que acreditamos ser amor, que vivemos pelo que acreditamos ser o melhor para todos e que inevitavelmente nos encontraremos como partículas mortas sabe-se lá onde. Portanto, ás vezes sinta-se feliz por quem você é, mas nunca esqueça que todos somos alguém também.</div></div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-55807811937992143402010-05-09T21:29:00.000-07:002010-05-15T13:52:13.306-07:00_ fator ereção<span class="Apple-style-span" style="color:#FFFFFF;">___</span>Certos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">fatores</span> na vida são inúteis demais para serem chamados de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">fatores</span>. Afinal, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">fator</span> é algo que se encontra presente e feito isso é automaticamente um obstáculo, uma forma de impedimento para que se concretize algo a favor dos planos. Quantas vezes não estivemos motivados para agir em situações anormais para nós? Ir falar com a garota bonita, pedir um aumento para um patrão que inveja a sua <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">inteligência</span> e por isso te mantém carregando sacos de areia ao invés de exercer a função de matemático, a qual você se formou e tem doutorado. Enfim, o <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">fator</span> 'problema' sempre dá um jeito de aparecer e <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_5">desestimular</span> a nossa rigidez que a pouco era a de um herói como Calígula.<br /><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>Depois de ler alguns escritos de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">Woody</span> Allen é quase impossível não utilizar alguma forma sexual para explicar um ponto, talvez seja o <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">fator</span> '<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">idolização</span>' que nos <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_9">transforma</span> em zumbis sugadores de famas alheias. Se você for um homem, pense no seu <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">pênis</span> e se for uma mulher, pense num <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">pênis</span> que lhe agrade - se não gosta de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">pênis</span>, faça um esforço para entender a <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_13">metáfora</span> até o fim. Esse <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14">pênis</span> é a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_15">materialização</span> da nossa motivação. Tudo gira em torno de como o nosso <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_16">pênis</span> se sente em relação a tudo o que acontece ao seu redor. Nosso <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_17">pênis</span> pode estar viril e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_18">eréto</span>, pronto para entrar em <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_19">ação</span> quando necessário - <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_20">metaforicamente</span>, claro - , mas se houver um <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_21">fator</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_22">problemático</span> o que acontece? <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_23">Brochamos</span>. Simples e inevitavelmente, <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_24">brochamos</span>. Nossa motivação perde todo o impulso sanguíneo que a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_25">enrigesse</span>, trazendo vergonha e humilhação para a nossa pessoa perante aos outros e, muito pior, a nós mesmos. Sendo assim, entendemos que são os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_26">fatores</span> que criam barreiras nas nossas liberdades e decisões, e por isso a tranquilidade de um ateu cai sobre nós; podendo chegar a conclusão de que os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_27">fatores</span>, por serem forças externas, só têm força a partir da nossa decisão de permitir ou não que eles tenham algum envolvimento real em nossas vidas. Então não devemos canalizar nossos pensamentos nos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_28">fatores</span> que podem causar tantas confusões, mas sim nas decisões que tomamos no passar dos minutos de nossa vida. Tudo pode acontecer ou não. E se acontecer? É o <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_29">fator</span> medo, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_30">fator</span> solidão, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_31">fator</span> desinteresse. Pra que nos preocupar com o que não faz parte de nós? A vida pode dar certo se você compreender que todas as suas decisões têm <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_32">consequências</span> boas e ruins. A culpa dos seus problemas é sua, mesmo que <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_33">indiretamente</span>, pois a decisão de se importar é sua. Mas se você tem tanta convicção do que você pensa e de como lida com a sua vida, sem nunca precisar repensar os seus passos, não reclame quando <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_34">brochar</span>.</div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-47252829451118384632010-05-07T10:52:00.000-07:002010-05-07T10:54:56.446-07:00_ eu, feto<div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>Já desde feto, minha mãe tinha a mania de conversar comigo por horas a fio sem pensar – sem pudor. A única coisa que fica claro, para mim, nisso tudo é que as conversas perduravam por longíssimos minutos, apenas pela minha inabilidade de replicar qualquer uma de tantas reclamações e tópicos entediantes. Essa relação maternal, que eu carrego como Jesus – ainda não Cristo – carregou sua revolta silenciosa contra um Pai desalmado que insistia e teimava na exigência de que seu filho deveria ser como ele, um deus, mesmo que contra sua vontade, é uma maldição. Só pode ser isso, afinal a mãe de ninguém deveria ter impulsos sexuais, – se os tiverem que sejam punidas – mas acredito que os nove meses como obesa e a dor do parto equilibram o karma do universo erótico. Provavelmente essa segregação lógica que ocorre entre eu e minha mãe é destino, como ela mesmo já teria dito, ou , por sermos totalmente oposto um ao outro, um contra-destino e, como eu mesmo disse uma vez, o melhor seria nos apartarmos de vez. O único porém é que mãe gruda mais que cocaína velha em cartão de crédito estourado. Mas voltando ao feto, imagino como seria se eu pudesse responder a tantas perguntas jogadas ao ar, para que ninguém as respondesse propositalmente.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color:#FFFFFF;">_____</span>MÃE – Eu não vejo a hora de você nascer...</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Só pra se livrar do peso ou por certa curiosidade insaciável?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Você fala?!</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Depende. Você me ouve?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>O susto é tanto, ainda mais se tratando de um ser ‘mãe’, que apenas o balançar positivo da cabeça é dado como resposta.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Sim ou não? Eu falo, mas meus olhos ainda não se formaram.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Ouço...!</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Que bom, porque eu tenho muito pra responder.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Responder? Eu não entendo...</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Sabe de uma coisa? Você me parecia bem mais normal antes deu falar contigo.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Desculpa... Não é sempre que eu falo com a minha barriga.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Barriga?! Sou eu, seu filho!!!</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Guilherme?!</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Quê?! Esse vai ser o meu nome?!</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Eu... Eu... Ah!...</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>Um desmaio e vinte minutos depois.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Ai!... Minha cabeça. O quê...?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>Naturalmente, a primeira reação de uma mãe seria acariciar o seu ventre, sorrir e suspirar aliviada, claro. Mas não a minha mãe. Sem pensar nas conseqüências, ela cai de joelhos no primeiro espaço plano que encontra e dá início a uma bateria de orações.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Ei! Será que você pode conversar com seu amigo imaginário um pouco mais baixo?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Você! Você é de verdade! É o demônio vivendo dentro de mim!</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Pô, sem descriminar! Eu não tenho nem um dia de vida pra você me julgar desse jeito.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Então, você é mesmo meu filho? O meu Guilherme?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Filho eu sou. Sabe como é, cada um tem o que merece. Agora, Guilherme? Guilherme é o caralho.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Shiu! Que boca suja, menino! Mas do que você quer que eu te chame?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Hum... Gustavo, não. Rafael! Não! Deixa como Gustavo mesmo.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Então, Gustavo, porque resolveu vir falar comigo assim, de repente?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Curiosidade e um pouco de tédio...</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Ai, que legal! E me conta, como você vai ser?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Eu sou um feto e não uma concha de jogo de búzios.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Ah...</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Decepcionada?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Um pouco pra ser sincera.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Pois acostume-se. Aliás, você não deveria me amar do jeito que eu for?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Pra quem veio responder as minhas perguntas você questiona demais.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Que eu saiba a adulta aqui é você.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Mas nem todo adulto é maduro.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Ah! Aposto o que você quiser que nunca vai voltar a falar isso quando eu nascer.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Quer apostar mesmo?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Opa!</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – E o que um feto tem a oferecer?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – O mesmo que a consciência de uma mãe que fala e aposta com o seu feto.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Tô começando a achar que gostava mais de você quando estava quieto.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Espera mais um meses e a tendência só é piorar.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Que horror! Eu sempre sonhei que você seria um filho direito.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Eu to meio pra esquerda do seu útero... Mas isso que dá esperar demais dos outros.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>MÃE – Mas você não tem vontade de estudar, trabalhar e criar uma família um dia? Sabe, pra ser alguém na vida...?</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">_____</span>FETO – Não. Eu vou esperar um pouco e casar com uma mulher bem rica pra me sustentar. Igual você me confessou outra noite, quando disse que ia largar o meu pai.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(255, 255, 255); ">___</span>É, seria uma conversa e tanto.</div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-30647839716497502002010-04-28T12:37:00.000-07:002010-04-28T12:38:31.739-07:00_ a mentira (para escapar da realidade)quando fugi de casa<br />tomei a vida de outro para mim<br />esse outro era minha mãe<br />e quase a matei no fim<br /><br />era rebelde, mas com causas que,<br />por mais que fossem próprias,<br />valiam e incentivavam: "extravasa!"<br />mas a porta da rua era serventia da casa<br /><br />larguei tudo sem pensar<br />naquilo que não teria mais<br />me desapeguei antes de começar<br />a jornada de garoto a rapaz<br /><br />conheci muitos garotos e ainda mais meninas<br />acreditei estar renovado, feliz da vida<br />segurando um pacote de dez <span style="font-style: italic;">esfihas</span><br />que eu dividia em sete pra comer por dia<br /><br />me meti em tudo que é buraco<br />quase fui ver o sol nascer quadrado<br />sempre com cara de mau pra tudo<br />menos para o meu novo futuro<br /><br />e de tudo me resta o final da história<br />voltei para casa, mas logo sai de novo<br />dessa vez pagando aluguel e com dinheiro no bolso<br />mas toda vez eu me lembro que...<br /><br />quando fugi de casa<br />tomei a vida de outro para mim<br />esse outro era minha mãe<br />e quase a matei no fimGustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-35174382973786839792010-04-24T11:42:00.000-07:002010-04-24T11:47:47.532-07:00_ dor com a qual tenho que convivertudo que eu queria era uma casinha pra guardar<br />meus sonhos e os seus, seus erros e os meus<br />mas estamos muito longe, nem tão equidistantes<br />e ainda vai piorar, a dor não vai passar<br /><br />e os dias são mais longos e tediosos,<br />pois você não está aqui, aonde devia estar<br />mesmo que eu entenda é a cabeça quem não deixa,<br />descansar de você, de 'você e eu'<br /><br />só que essa é uma dor com a qual tenho que conviver<br />sua ausência me mata, sua falta me amarga<br />só que essa é uma fase com a qual tenho que aprender<br /><br />talvez a leitura me ajude, se os livros tomassem<br />alguma atitude em relação a nós, para mim e para vós<br />quanto mais remédio eu peço mais eu tenho é tédio<br />de não estar ao seu lado, sempre encurralado, solitário<br /><br />só que essa é uma dor com a qual tenho que conviver<br />sua ausência me mata, sua falta me amarga<br />só que essa é uma fase com a qual tenho que aprenderGustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-67898526683370009962010-04-13T07:55:00.000-07:002010-04-13T08:31:53.091-07:00_ ReclamaçãoComo tem gente que gosta de reclamar. Não me entenda mal, pois acredito na reclamação como a atitude precursora das mudanças, do início do pensamento livre. Mas tem gente que gosta de reclamar sem motivo, razão ou circunstância. Hora passa e sempre tem um sujeito no pé do seu ouvido reclamando sem parar, informando-lhe de como a vida dele é dura e o quanto ele precisou - e ainda precisa - lutar para chegar onde chegou. A minha inocência filosófica começa neste ponto, afinal quem luta demais para chegar em algum lugar onde tudo que consegue tirar de proveito é a reclamação, não deve ter dado tanto duro assim. Mas somos todos seres de bom coração e abertos a novas experiências que possam testar a nossa paciência tão falha, de fato. A língua de um reclamão é áspera e longa. Nem sempre alongada de dentro para fora, mas definitivamente a metragem interna da mesma deve ser grande o suficiente para que a língua nasça bem próximo do cólon, explicando assim a sua aspereza - e odor. Os reclamões agem de forma muito parecida, por mais que suas vidas e histórias sejam extremamente diferentes. A principal, sem dúvida, é que quanto mais eles falam, mais eles tem pra falar. Outra é a total certeza das coisas que fala, como se possuísse, de alguma forma, um conhecimento que vai além da naturalidade de uma criança, ou da longevidade cultural de um senhor de idade. Apenas a vontade de contar detalhes pessoais e desnecessários para qualquer ser alheio a sua própria vida já é, nitidamente, um meio de chamar a atenção para si. E é seguindo esse pensamento - reclamão de minha parte - que devemos entender as pessoas que reclamam demais em dois grupos extremamente separados: Aqueles que querem melhorias e aqueles que querem melhorar.Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-43437656419357188712010-04-01T21:01:00.001-07:002010-04-01T21:01:57.934-07:00_ desconstruindo o presente, reformulando o passado e outros contos na mesma poesiaQuem tem que acabar<br />nunca vai começar<br />algo que possa vir<br />a terminar assim<br /><br />encanaram no poder<br />mas não sabem porque<br />falam tanto na TV<br />prometeram só por prometer<br /><br />Caso com caos só pra poder causar<br />o mínimo de medo pra se modificar<br />metamorfose de uma metáfora<br />que nos dá razão de chorar<br />por um novo amanhecer<br />que há de desabrochar!<br /><br />o melhor é relembrar<br />tudo que o passado não terminou<br />pela ânsia que sobrou<br />de mudar, de recomeçar<br /><br />"É pau, é pedra, é o fim(...)"<br />do início.Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-83880479316917783562010-03-31T11:03:00.000-07:002010-03-31T11:18:00.076-07:00_ não vi, mas verei<div><br /></div>Sentado e largado no fundo da sala<div>eu reclamava em silêncio<div>a ausência de massa cefálica do professor</div><div>que não escondia de ninguém o seu ego</div><div>o seu ego superior</div><div><br /></div><div>Eu cuspi em mais escadas que lembro</div><div>pois andei em mais lugares que sei</div><div>vivenciei experiências sem testes</div><div>injetei tudo o que me negavam</div><div>e repudiei ajudas como fezes</div><div><br /></div><div>Sem nunca pedir, recebi</div><div>Sem nunca viver, vivi</div><div>Em tudo aquilo que quis</div><div>por meios que nunca vi</div><div><br /></div><div>Resolvi e me formei sem graduação</div><div>caminhei sem rumos para nunca chegar</div><div>mas cheguei em mais mares que você</div><div>e ninguém nunca vai imaginar o amor</div><div>que tantas vezes me fez parar no inferno</div><div>para contar as gotas de suor no calor</div><div><br /></div><div>E talvez, só talvez,</div><div>talvez, e talvez</div><div>Eu venha enxergar o mundo</div><div>pela primeira vez.</div></div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-38862627671346950472010-03-29T20:37:00.000-07:002010-03-29T20:38:41.577-07:00_ o alienado sagaztalvez a resistência seja o erro<br />da resposta que se perguntou<br />um tanto quanto previsível<br />se foi o juiz quem falou<br /><br />pois tudo é por lei<br />as quais burlam nossos direitos<br />como humanos, como existência<br />sem nenhuma resistência<br /><br />levantar é duro demais<br />para cobaias desencanadas<br />tipo uma humilhação suicida<br />bem exposta nas entrelinhas<br /><br />então seguimos o comprovado<br />mesmo que a nós esteja errado<br />afinal somos todos tratados<br />como Jorge, mas sem 'amado'<br /><br />enfim, a vida nos pertence<br />mas não possui valor fiscal<br />venda sua alma para o diabo<br />e veja se vai até o final.Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-77376920358051392092010-03-21T20:21:00.000-07:002010-03-21T20:35:56.970-07:00_ (re)lutar por algoé como se eu fugisse de uma situação inevitável<br />que tão inocentemente, em toda minha maliciosidade,<br />creio, sem portar nenhuma limitação da crença,<br />poder escapar sem nenhum arranhão.<br /><br />muito mais enraizado do que eu poderia acreditar,<br />o sentimento inflama o meu coração, como se não fosse só uma metáfora.<br />quero sentar e não pensar nos milhares que nunca conheci,<br />mas sofrem o que um dia eu possa vir a sofrer.<br /><br />minha conduta chega a ser patética, como se assumindo os pecados<br />algo além pudesse me abençoar com algum tipo de perdão.<br />mas a resistência à negação que me surge de vez em vez trás de volta a razão,<br />pois do tempo que pouco me resta, devo desejar ao próximo, ao menos, cinco minutos a mais de vida e prazer.Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-81756947509279992432010-03-18T10:23:00.000-07:002010-03-18T10:24:52.726-07:00_ o amor enxerga muito bemNão sei se já não disse,<br />pois dizer as vezes é olhar;<br /><br />Mas, de tanto tempo que não a vejo,<br />temo por não ter dito, ou visto,<br />a fundo em seus olhos,<br />observando o reflexo de mim mesmo,<br />o que sinto por você.<br /><br />Mas se pudesse olhar-te agora,<br />veria seus olhos olhando para mim.<br /><br />Me surpreendo, mas nem tanto,<br />afinal eu também estava te olhando.<br /><br />E sempre soube que aquela sensação estranha,<br />como se a nuca queimasse de tanta aflição,<br />era você me olhando escondida,<br />pois era o que eu fazia enquanto você não me via.Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-68544217019439776112010-03-12T21:06:00.001-08:002010-03-12T21:07:48.072-08:00_ para um mestre<div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_cSF8W5K9ZL4/S5sdTxu-YII/AAAAAAAAAKw/SlsjLxSxQrQ/s1600-h/10071335.jpeg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 191px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_cSF8W5K9ZL4/S5sdTxu-YII/AAAAAAAAAKw/SlsjLxSxQrQ/s400/10071335.jpeg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5447980399839830146" border="0" /></a><span style="font-size:130%;"><br /><span style="font-weight: bold;">Glauco (1957 - 2010)</span></span><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-42426510557978233332010-02-28T07:45:00.000-08:002010-02-28T07:48:32.217-08:00_ O que há com a natureza?<span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(51, 51, 51); line-height: 18px; font-family:'Trebuchet MS', Verdana, Arial, sans-serif;font-size:small;">Complicadíssimo enxergar a beleza que se encontra no ato da destruição. Mania feia e embutida de visualizar a 'criação' como única fonte de esplendor no universo, afinal é no universo que se encontra o caos... E se tudo vem do caos, de onde vem o caos? É como deus. Criou ou foi criado? Não sei, mas sei que, como foi dito, há uma ligação entre os seres e o ambiente. Porém a vida encontrou um meio de enganar a si mesma. Hoje, para vivermos, matamos. Pois a revolta da natureza é essa: nos matará, para que possamos viver.</span><div><span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(51, 51, 51); line-height: 18px; font-family:'Trebuchet MS', Verdana, Arial, sans-serif;font-size:small;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(51, 51, 51); line-height: 18px; font-family:'Trebuchet MS', Verdana, Arial, sans-serif;font-size:small;">[ inspiração: <a href="http://algo-a-declarar.blogspot.com/2010/02/o-clima-sao-as-emocoes-do-planeta.html">'o clima são as emoções do planeta'</a> - Bruna Escaleira ]</span></div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-57641488633951983832010-02-25T09:45:00.000-08:002010-02-25T09:58:34.541-08:00_ seis seis seissou a essência da perversão,<br />pervertida em inconsequência<br />meramente humana, mas<br />banhada em álcool<br />e vagarosamente requentada<br />sobre o vapor do fogo do inferno.<br /><br />sou a tristeza da decepção,<br />presa nas gargantas<br />de todos prestes a chorar.<br />amarrada nos corações<br />afagados pela miséria<br />daqueles que já pecaram.<br /><br />sou o ódio da paixão,<br />fincado no orgulho infantil<br />dos egos inflados de erros.<br />andando lado a lado,<br />segurando sua mão solitária<br />e lhe enchendo de confusão.Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-11234519603956189372010-02-22T06:23:00.001-08:002010-02-22T06:23:38.616-08:00_ macacosdançamos tango<br />comemos caviar<br />descobrimos o fogo<br />cultivamos a terra<br />usurpamos a água<br />desbravamos o ar<br /><br />gritamos absurdos<br />louvamos nada<br />choramos ácido<br />bebemos lágrimas<br />cuidamos de nós mesmos<br />matamos o amor<br /><br />criamos guerras<br />afirmamos injustiças<br />culpamos a economia<br />ignoramos a natureza<br />erguemos o ego<br />vivemos a tristeza<br /><br />enjaulamos irmãos<br />cuspimos mentiras<br />escrevemos desenhos<br />desenhamos textos<br />pisamos na cultura<br />como os macacos nunca haverão de fazer.Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-3119205082986311702010-01-27T22:37:00.000-08:002010-01-27T22:50:40.055-08:00_ escuta-mehoje...<div>senti falta das brigas<div>falta dos problemas difíceis</div><div>senti mais que sentia</div><div>saudade de tudo da vida</div><div><br /></div><div>queria tanto você</div><div>queria tanto o que fosse de ter</div><div>uma encrenca pra acalmar</div><div>as emoções</div><div><br /></div><div>hoje...</div><div>queria aquela briga</div><div>caçar mais problemas na vida</div><div>ouvir mais do que queria</div><div>e sofrer todo dia</div><div><br /></div><div>por ser por você</div><div>por ser pelo que tem de ser</div><div>um amor pra recomeçar</div><div>as comoções</div><div><br /></div><div>não tá fácil</div><div>não tá legal</div><div>quando é que vou escutar</div><div>o telefone a tocar?</div><div><br /></div><div>acaba logo</div><div>acaba cedo</div><div>me diz que foi sonho</div><div>é o meu desejo</div></div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-40859919099148444672010-01-26T16:30:00.000-08:002010-01-27T07:10:16.543-08:00_ 'pra sempre'era uma vila distante<br />de poucas senhoras gestantes<br />com um conto pra contar<br /><br />sobre um moço e uma moça<br />e tantas fofocas soltas<br />pelas bocas de lá<br /><br />se conheceram sem querer<br />com pouca coisa pra dizer,<br />mas vai saber<br /><br />o moço não largava dela<br />de tantas mãos segurava aquela<br />que sempre quis<br /><br />'pra sempre' a moça disse<br />e mesmo que fosse carolice<br />o moço também amou<br /><br />viviam juntos, bem apertados<br />com os corações amarrados<br />algo invejável<br /><br />mas um dia eles brigaram<br />como todo casal, se magoaram<br />não foi fácil pra ninguém<br /><br />e as senhoras sem filhos choraram<br />de tanta felicidade, gritaram<br />a derrota do amor que não podiam ter:<br /><br />'pra sempre' nunca mais!<br />'pra sempre' nunca mais!<br /><br />o moço e a moça se separaram<br />e os anos se passavam<br />sem um dia de sol<br /><br />só que para o desencanto das comadres<br />eles voltaram com o padre<br />e as alianças em mãos<br /><br />era o maior absurdo já visto<br />a bela moça e o moço bem quisto<br />segurando as mãos<br /><br />mas o que as velhas não entendiam<br />que era aquilo que eles queriam<br />'pra sempre', mas nunca mais, jamais!<div><br /></div><div>(mas essa história é só um conto</div><div>um conto para se contar</div><div>sobre uma vida a ser vivida</div><div>se, assim, alguém desejar)</div>Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7412341678602444188.post-45116925210816862192010-01-08T08:30:00.000-08:002010-01-08T08:40:18.355-08:00_ descascando-me (ou _Bukowskando minha mente)Lhe dão uma liberdade fingida para ir brincar no playground<br />te usurpam,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">_</span>roubam<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">_</span>e estupram,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">_____</span>mas seu voto está sempre lá<br /><br />Acredita na vinda d'algo melhor,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">_________</span>um salvador,<br />ao menos, menos pior<br />que usurpe,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">__</span>roube<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">__</span>e estupre,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">_____</span>mas diga 'adeus' e 'obrigado'<br /><br />'rouba mas faz', será?<br />mesmo que fosse é estúído demais:<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">______________</span>que lhe matem, mas que façam com estilo?<br />mas é assim que todos pensam...<br /><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">_________</span>...se é que pensam<br /><br />nascemos nisso<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____</span>não para isso<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">__</span>somos cegos!<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____</span>cegos pela fé utópica<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____</span>cegos pela falta de educação<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____</span>cegos pela pobreza<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____</span>cegos pela política<br /><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____________________</span>só mentiras...<br /><br />Deus é só mais um político!<br />confiamos em suas promessas divinas<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">______________</span>(,ou não)<br />o seguimos fielmente,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">________</span>até os infernos<br />sendo sugados,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">________</span>diariamente,<br />para lá.<br /> <br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____</span>amaldiçoados,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____</span>desperdiçados,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____</span>desprezados,<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">____</span>esquecidos por nós mesmos.Gustavo Bragahttp://www.blogger.com/profile/12331389067618324992noreply@blogger.com0