27.5.09

_ sementes da meia-leitura

Leituras não terminadas criam aquela falsa noção daquilo que conversamos com tanto gosto. Seja na mesa de um bar, no almoço com o pessoal do trabalho ou com algum(a) companheiro. Se conhecimento é poder e poder não é algo divisível, - de maneira hipotética - então não existe meio-poder - ou meio-conhecimento.

Agora, não é pelo uso da força que fazemos as outras pessoas - e, principalmente, a nós mesmos - perceberem e repararem os 'erros' - entre aspas, pois errar é uma forma muito dúbia de se julgar algo ou alguém - dele ou dela. Mas mesmo com leituras não terminadas, somos seres humanos, daqueles bem terrestres, cheios de vontade e desejos. Temos ânsia pelo depois, pelo por vir e, por ventura, do que nunca virá. A sede por conhecimento persiste em secar a nossa boca cerebral.

Se um dia a semente da meia-leitura foi plantada em alguém, deveríamos aplaudir com entusiasmo e lágrimas - sorridentes - aos olhos. A diferença entre o canalha - governo - e o poeta - apaixonados - é que um se doa, enquanto o outro se dá, respectivamente. Então dê um livro para quem você é apaixonado por, ou de quem é apoetador.

Cavalo dado não se olha os dentes! E o incentivo a leitura não perde ao ser dada, pelo contrário: tudo que se dá de bom - bom de bom e de bem intencionado - a alguém, retorna a você com a forma de satisfação inexplicável. E é dando um presente - lindo! - que a semente da meia-leitura é plantada. Não é uma leitura inteira, mas é um começo.

Nada de forçar a barra com pessoas que não querem iniciar a jornada meio-interessante ou com aqueles que não pretendem evoluir para a jornada completa - sem hífen, pois já é completa por si só. Foi presenteando que a semente foi meio-plantada. Acham que a semente do resto da leitura poderia ser plantada na base da pancadaria? Fácil demais pra ser verdade.

Com um gesto amoroso (e bondoso) alcançamos o impossível! Deveríamos largar o possível de lado e deixá-lo para os que o adoram - pois ciência e nem mesmo a religião (supondo que esta tenha algo a ver com o real possível, o que na verdade não tem) ainda não explicam o que é 'amor' (ainda bem), porque ele é impossível de se explicar. Mas eu estou falando de amor real, de verdade - mesmo! Nada de amour importado ou love cansativo e gasto! É amor! Daqueles que se iniciam revoluções e ações sociais, vontades e soluções; milhares de grandiosos etc's.

Me chamam de louco pelas idéias que nem eu sei muito bem como pensar. Sei lá, talvez eu seja louco - varrido e orgulhoso. Afinal, amor de louco é assim, sem sentido... Mas só pra quem não é louco! Mas quem é louco, afinal? Quem tem sentido ou quem tem sentimento? Não sei.

Enfim, se quer saber - ter noção - do que está falando realmente, pratique a leitura. Nada de meia: a completa!

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