9.9.09

_ carta para Deus

Escrevo para você como um último apelo pela minha sanidade. Seria difícil demais pedir para que as pessoas me esqueçam de vez em quando? Não estou pedindo atenção, nem que me deixem fazer o que eu quiser, apenas gostaria que todos esquecessem de mim por alguns instantes. Deixe os olhos dos outros vislumbrarem terras distantes e pessoas que nunca conheci. Chega! É isso, chega! Não posso viver com tantos olhares para mim, nunca pedi isso. Tantas opiniões que eu nunca pedi e respostas para perguntas que eu nunca fiz. Para quê? Eu não sei, mas elas me irritam imensamente. E se a minha quietude incomoda alguém é problema da mente inquieta do mesmo. Não tenho culpa se me sinto bem sozinho, ou se faço as coisas darem certo do meu jeito. A natureza me fez assim. Talvez um pouco mais sortudo que outros, mas e daí? O que tem os outros comigo, sendo que eu não cobro nada dos outros? Que sejam como quiserem e façam o que quiserem, mas nunca com alguém que não quer nada com eles (ou com você). A vida já foi chamada de jóia mais preciosa do mundo e por isso deveria ser bem cuidada e guardada, porém ela não é rara, ou seja, impossível ser tão preciosa assim. A vida, meu amigo "nã0nipresente", é carvão. E aquele que busca na vida do outro a possibilidade de transformar esta pequena e frágil pedra negra em precioso diamante nada mais faz do que equacionar o resultado em pó. Por tanto, eu lhe peço, de bom agrado, que todos me esqueçam de vez em quando, se é que tem força pra isso. E como que uma cereja colocada em cima de um sorvete para finalizar com grande classe, eu lhe rogo que comece a me ignorar, como eu ignoro o senhor.

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